Após a recente vitória do Palmeiras sobre o Cerro Porteño na Copa Libertadores da América, o técnico Abel Ferreira abordou não apenas o desempenho da equipe, mas também um incidente que causou alvoroço. Durante a celebração do único gol do jogo, Richard Ríos fez um gesto em direção à torcida do Verdão, pedindo silêncio, o que gerou repercussão entre os torcedores. No entanto, em uma entrevista, o treinador defendeu o jogador colombiano.
Abel começou afirmando: "Quanto ao Ríos... quem sou eu para criticá-lo? Sempre digo que o futebol não é um local de adoração. É um espetáculo repleto de emoções, e tanto os jogadores quanto os treinadores, por vezes, reagem impulsivamente. Ríos possui um grande coração, é um jovem muito dedicado. Logo em seguida, ele se desculpou. Ninguém é perfeito", ressaltou Abel.
"Quando cometemos erros, não há gesto mais nobre do que pedir desculpas para retornar com mais força da próxima vez. Eu não tinha visto a situação e fiquei surpreso com as vaias aos nossos jogadores. Quando soube do que aconteceu, foi positivo ver a pronta admiração do Ríos. Dependemos muito de nossos torcedores, que devem vibrar conosco. O erro ocorreu no campo, e foi lá que ele se desculpou. Nosso incrível torcedor compreendeu e aceitou suas desculpas", concluiu o treinador.
Abordando a performance da equipe, Abel mencionou novamente o calendário como um dos principais desafios para o futebol brasileiro. Ele atribuiu a falta de ritmo ao declínio do desempenho, apesar de reconhecer melhorias no time.
"Sinceramente, não vejo nenhuma equipe no Brasil apresentando essa mesma fluidez. Já mencionamos isso diversas vezes, e o farei mais uma vez: entendo as cobranças - precisamos de dinamismo, fluidez e criatividade - aspectos que só são obtidos com vigor físico e recuperação, recursos que nos faltam. Os jogos são intensos, cada centímetro do campo é disputado, como ocorreu hoje. O início foi desafiador, pois os dois times estavam com 'tanques cheios', resultando em um confronto intenso. Quando conseguimos ampliar a vantagem e marcar o gol, a partida se tornou mais tranquila. Deveríamos ter consolidado nossa liderança. A falha em marcar o segundo gol nos expôs a riscos. Estamos no caminho certo, mas ainda há muito trabalho pela frente", acrescentou.
Além disso, o treinador do Palmeiras expressou sua apreensão em relação aos desfalques acumulados no elenco.
"Há muito a evoluir e melhorar. Espero que não tenhamos mais lesões, pois com esse ritmo, será bastante desafiador ter jogadores disponíveis para disputar 18 partidas em dois meses. Em Recife, perdemos Lucas Evangelista, hoje foi a vez de Veiga... Isso me causa grande preocupação. Prefiro um futebol dinâmico, mas para isso, precisamos de uma rotação eficaz no elenco", finalizou Abel.